ALZHEIMER

domingo, 28 de março de 2010


A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neuropsiquiátrica progressiva do envelhecimento encontradas em adultos de meia-idade e, particularmente, em mais velhos, que afeta a substância cerebral e é caracterizada pela perda inexorável da função cognitiva, bem como distúrbios afetivos e comportamentais. Esta patologia é dividida em três fases: fase inicial, em que a pessoa está consciente, percebendo que algo está errado; existe a perda da memória recente, dificuldade de aprender e de reter informações; na fase intermediária, o paciente é completamente incapaz de aprender e de reter novas informações e na fase final, o paciente é totalmente incapaz de andar, apresenta incontinência, está restrito ao leito e não fala mais. A incidência de quedas é comum em pacientes acometidos por essa doença. O declínio de equilíbrio com prejuízo na marcha e instabilidade postural, uso de medicamentos para o controle de alterações comportamentais e falta de percepção dos comportamentos são fatores importantes na detecção e na prevenção das quedas. Essa patologia é progressiva e caminha inevitavelmente para incapacidade completa e morte. O curso da doença é muito variável, no entanto, a maioria dos pacientes morre entre 4-10 anos após o diagnóstico. A DA caracteriza comprometimento de pelo menos uma função cognitiva além da memória, sendo as funções execu¬tivas, a linguagem ou a atenção seletiva e dividida as mais precocemente acometidas após a memória. Os sintomas mais comuns: perda gradual da memória, declínio no desempenho para tarefas cotidianas, diminuição do senso crítico, desorientação têmporo-espacial, mudança na personalidade, dificuldade no aprendizado e dificuldades na área da comunicação. Dentre outras anormalidades como: inquietudes motoras, agitação, ansiedade (por exemplo, o paciente não consegue se separar da pessoa que o cuida), reações catastróficas, agressividade, perambulações e insônia.
Os aspectos neurocomportamentais da demência clássica do tipo DA incluem o comprometimento da memória, distúrbios da linguagem, déficits visuais e espaciais e comprometimento da capacidade de fazer cálculos e abstrações. Os distúrbios de outras funções do córtex cerebral, como a agnosia (deficiência da capacidade de reconhecimento) e apraxia (incapacidade de realizar uma tarefa motora devido à perda sensorial, hemiparesia ou dificuldade de compreensão), podem ser observados. O comprometimento da memória na DA inclui déficits de aprendizado novo e incapacidade de lembrar com precisão o que foi aprendido previamente. O sistema nervoso central possui uma rede neural com células altamente especializadas que fazem milhares de sinapses a todo o momento e determinam a sensibilidade e as ações motoras, traduzindo-as em comportamento. Na presença de lesões, há um desarranjo nesta rede e o sistema nervoso inicia seus processos de reorganização e regeneração. Durante o processo de aprendizagem, há modificações nas estruturas e funcionamento das células neurais e de suas conexões. Neurônios íntegros buscam caminhos alternativos para efetuar a resposta motora, realizando sinapse com neurônios que se modificam em relação a sua efetividade. Na presença da lesão, o sistema nervoso central utiliza-se da capacidade adaptativa na tentativa de recuperar funções perdidas e, principalmente, fortalecer funções similares relacionadas às originais. Circuitos e trajetos nervosos diferenciados são estabelecidos para a execução da atividade. Os mecanismos de reparação e reorganização do sistema nervoso central começam a surgir imediatamente após a lesão, podem perdurar por meses e até anos.
A síndrome está ligada a duas categorias de lesões cerebrais: em uma delas, os neurônios exibem grandes placas de uma proteína chamada beta-amilóide, que tem efeitos tóxicos sobre as células. No outro dano, os neurônios criam nós em peças essenciais de sua estrutura interna, os microtúbulos, que ficam retorcidos e emaranhados prejudicando o funcionamento dessas células. De qualquer forma, sabe-se que existe um gene que pode contribuir para este risco. Este gene encontra-se no cromossoma 19 e é responsável pela produção de uma proteína denominada apolipoproteína E (ApoE). Existem três tipos principais desta proteína, um dos quais (ApoE4), que, embora raro, propicia a ocorrência da doença de Alzheimer.
Nos exames específicos feitos em pacientes com o mal de Alzheimer, é possível observar um grau variável de atrofia cortical com alargamento dos sulcos cerebrais, sendo mais evidente nos lobos frontais, temporais e parietais. O número de neurofibrilas entrelaçadas, o que caracteriza a degeneração neurofibrilar e de placas senis, tem alguma relação com o grau e a duração da demência. A lesão na substância branca identificada pela ressonância magnética mostra distúrbios na manutenção do equilíbrio o que aumenta o risco de quedas na DA, sendo que o uso de drogas neuroepiléticas comumente utilizadas no tratamento comportamental e de sintomas psiquiátricos também estão relacionadas com o aumento de quedas, não afetando, no entanto, o equilíbrio.
Na avaliação clínica do paciente, faz-se necessário a identificação do grau de comprometimento cognitivo para que programas de reabilitação sejam eficazes. No entanto, são observados alterações no desempenho das atividades de vida diária (AVD) na maioria desses indiví¬duos, embora a detecção de vários desses sintomas dependa, com freqüência, de informações fornecidas pelo cuidador do paciente. A avaliação do desempenho funcional mostra-se como um aspecto importante para o diagnóstico da demência, devendo ser utilizada para orientar os profissionais de saúde, bem como os cuidadores desses pacientes sobre os cuidados adequados. A avaliação de atividades de vida diária é reconhecida cada vez mais como uma medida valiosa de resultado em testes clínicos.
Antes mesmo da instalação dos déficits motores, os déficits cognitivos podem ser responsáveis pelo declínio da mobilidade e pela inatividade do paciente. Nessa fase, os pacientes só se movimentarão se estimulados. Caso contrário, podem permanecer horas sem nenhuma atividade. Apesar de ser uma doença progressiva, o tratamento fisioterapêutico nesses casos visa retardar o seu curso, preservando, ao máximo possível, as funções motoras. O treinamento físico que se caracteriza pelo fortalecimento muscular dos membros com faixas elásticas, treino proprioceptivo com superfície de diferentes texturas, treino de equilíbrio com obstáculos e aumento de flexibilidade, foi capaz de aumentar significantemente a marcha, mobilidade e flexibilidade, diminuindo conseqüentemente o número de quedas, auxiliando a manutenção da independência. O método Kabat ou Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, baseia-se em exercícios terapêuticos utilizando diversos mecanismos facilitadores, com a finalidade de promover e/ou melhorar a contração muscular, a coordenação, o equilíbrio e o relaxamento muscular.
O conhecimento dos mecanismos da neuroplasticidade levou ao desenvolvimento de novos procedimentos terapêuticos para os pacientes com distúrbios neurológicos. A plasticidade neural é de grande valia, pois representa um avanço no processo de reabilitação. É a propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais em resposta à experiência e como adaptação a condições mutantes e estímulos repetitivos. Este processo pode ocorrer a qualquer momento da vida de um indivíduo, seja criança, adulto ou idoso, proporcionando o aprendizado de algo novo e modificando o comportamento de acordo com o que foi aprendido.Alguns itens que auxiliarão o fisioterapeuta em suas intervenções, com o intuito de aperfeiçoar o processo de reabilitação, são: iluminação, clima, cor, som e cheiro.
ILUMINAÇÃO- A iluminação desigual ou irregular pode produzir reflexos de sombras e/ou criar ilusões de degraus ou bloqueios à frente, o que pode aumentar o nível de agitação e confusão do paciente.
CALOR- Calor excessivo leva primeiro a um cansaço e sonolência, que reduz a prontidão de resposta e aumenta a tendência de falhas.
CORES- A cor fornece boa impressão do ambiente, sendo necessário saber como aplicá-la de forma apropriada, na quantidade e intensidade de seu uso. Muitas cores usadas em conjunto provocam desconcentração tendo dificuldades de processar muitos estímulos em um mesmo momento. Por outro lado, o uso de uma única cor torna o ambiente monótono e sem contraste visual.
SOM- Os sons podem acalmar ou estressar, podem induzir ao sono ou estimular, podem deixar o ser humano sossegado ou em alerta e, portanto, provoca efeitos tanto psicológicos como físicos. Assim, o fisioterapeuta pode trabalhar com o paciente alternando o seu estado emocional, físico e comportamental através das respostas dadas pelo som.
CHEIRO- As moléculas aromáticas entram em contato com os receptores presentes no epitélio olfatório e estes conduzem as informações ao cérebro para o sistema límbico, que é a área dos sentimentos, memórias, emoções. Quando as mensagens aromáticas atingem o sistema límbico, são processadas instantânea e instintivamente, provocando reações. Acredita-se que o estado emocional de um paciente neurológico encontra-se fortemente alterado e a utilização de essências no ambiente terapêutico pode facilitar a reabilitação destes pacientes, tornando o ambiente mais calmo, tranqüilo e suave.
O nível de estresse dos cuidadores é influenciado o tempo todo por todas as dificuldades enfrentadas pelos pacientes com DA ao qual prestam o serviço de cuidador, bem como pela relação cuidador – paciente, que com o passar do tempo tende a gera sintomas de sentimentos de sobrecarga, ressentimento, exclusão, entre outros sintomas que causam um enorme grande impacto sobre as vidas dos cuidadores. Para que o tratamento fisioterapêutico tenha um melhor efeito, a solidariedade e o convívio da família são de fundamentais, pois são os familiares que dando-o a ter
uma melhor qualidade de vida.

REFERENCIAS:
BASTOS, Carina Corrêa Bastos, et al. Mal de alzheimer: uma visão fisioterapêutica;
CARVALHO,Kallynne Rodrigues de,CABRAL, R. M. C., GOMES, A. G. S.,TAVARES, A. B. O método Kabat no tratamento fisioterapêutico da doença de Alzheimer. revista Kairós, São Paulo, 11(2), dez. 2008, pp. 181-195;
RIBEIRO, Nildo. O ambiente terapêutico como agente otimizador na neuroplasticidade em reabilitação de pacientes neurológicos. Diálogos possíveis. Ano 4, n.2 agos./dez. 2005;
Medeiros ME, Guerra RO .Tradução, adaptação cultural e análise das propriedades psicométricas do Activities of Daily Living Questionnaire (ADLQ) para avaliação funcional de pacientes com a doença de Alzheimer. Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 13, n. 3, p. 257-66, mai./jun. 2009;
PIERMARTIRI, T. CB.,et al. Efeito preventivo da fisioterapia na redução da incidência de quedas em pacientes com Doença de Alzheimer. Rev. Neurociência, 2008;
BINI, Renata, et al. A intervenção fisioterapêutica aos cuidadores de pacientes portadores da doença de alzheimer;
ARAÚJO,Ana Paula Serra de, et al. Correlação entre o impacto de cuidar e capacidade funcional de pacientes com doença de Alzheimer. Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, Paraná, 2009;

quarta-feira, 24 de março de 2010

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terça-feira, 23 de março de 2010

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INTERÓSSEOS DORSAIS

segunda-feira, 22 de março de 2010

Acadêmica: Mayse Alves

ORIGEM: Indicador, cabeça lateral- Metade proximal da broda ulnar do 1º osso metacárpico;cabeça medial- Borda radial do segundo osso metacárpico. Segundo, terceiro e quarto: Lados adjacentes dos ossos metacárpicos em cada interespaço.
INSERÇÃO:Na espanção extensora e na base da falange proximal
1º- Lado radial do dedo indicador, principalmente na base da falange distal;
2º- Lado radial do dedo médio;
3º- Lado ulnar do dedo médio, principalmente na expansão extensora;
4º- Lado ulnar do dedo anular.
AÇÃO: Abduzem os dedos indicador, médio e anular; auxiliam na flexão das articulações metacarpofalângicas.
FRAQUEZA: Diminui a capacidade de abduzir os dedos indicador, médio e anular. Diminui a força de extensão das articulações interfalângicas dos dedos indicador, médio e anular.

Fonte: KENDALL, Florence Peterson; MCCREARY, Elizabeth Kendall; PROVANCE, Patricia Geise. Músculos Provas e Funções: com postura e dor. 4ª ed., Manole, SP, 1995.

OSTEOARTROSE

quinta-feira, 4 de março de 2010

Acadêmica: Mayse Alves

É uma doença degenerativa osteoarticular, crônica e progressiva, que manifesta-se por artralgia, rigidez e limitação da funçaõ articular, com perda progressiva e reparação inadequada da cartilagem e remodelagem óssea subcondral, gerando deterioração da articulação sinovial e caracterizando por apresentar erosões da cartilagem articular, dando origem à neoformação óssea nas brodas articulares chamadas osteófitos, microfaturas, cistos e esclerose no sso subcondral. É pouco frequente antes dos 40 e 45 anos e tem alta incedência após os 60 anos. Os fatores de risco são o avanço da idade, a pre-disposição genética, o estresse mecânico e a inatividade/sedentarismo. Na OA, a cartilagem perde sua elasticidade, tornando-se inicialmente edemeciada em decorrência da desorientação da rede colágena e da hidrofilia dos proteoglicanos. Posteriormente, torna-se rígida e opaca com fibrilações e erosões, além de progressiva alteração na congruência das superfícies articulares até a cmpleta desnudação do osso subjacente. A medida que a cartilagem vai se deteriorando, sua capacidade de reparação vai se tornando menor, e o metabolismo local caminha para degeneração. O tratamento deve ser multidisciplinar, buscando a melhora funcional, mecânica e clínica.
O tratamento cirúrgico acontece em caso de osteoartrite graus II e III com comprometimento progressivo da independência das atividades de vida diária. O farmacológico se dá para alívio da dor e para processos inflamatórios. O tratamento fisioterapeutico tem por objetivo alívio da dor, diminuição do espasmo, fortalecimento muscular, aumento da amplitude de movimento e a melhora do padrão de marcha. logo, são indicados exercícios terapêuticos para fortalecimento (ganho de massa muscular); alongamento (flexibilidade); órteses e equipamentos de auxílio à marcha, quando há necessidade de melhorar, auxiliar ou substituir uma função; termoterapia e eletroterapia são efetivas como fatores coadjuvantes na dor; treino de marcha e equilíbrio, manipulação, crioterapia para redução da dor e processo inflamatório. A hidrocinesioterapia é muito eficaz, pois a ausência da força de gravidade na água reduz as forças compressivas enquanto se trabalha força e resistência, trazenso resultados satisfatórios ao tratamento.
A atuação da fisioterapia junto aos cuidados médicos apropriados pode evitar que o impacto da osteoartrose cause danos maiores e leve à limitação funcional. É de grande relevância para o tratamento orientações como: redução do peso corporal e não realizar exercícios de grande impacto sobre as articulações lesionadas.

REFERÊNCIAS:
GONZALEZ, Daniela Aparecida Biasotto, et al.,Avaliação do efeito da acumpuntura Koryo Soogi Chim no tratamento da dor em pacientes com osteoartrose,Conscientae Saúde, ano 7, numero 002, São Paulo, 2008;
FRANCO, Lígia Rodrigues, et al., Influência da idade e da obesidade no diagnóstico sugestivo de artrose de joelho, Conscientiae Saúde, ano 8, São Paulo, 2009;
MARQUES,Amélia Pasqual, KONDO, Akemi Kondo.,A fisioterapia na osteoartrose: uma revisão da literatura, Rev Bras Reumatal- VOI. 38 - N' 2 - Mar/Abr, 1998;
http://www.copacabanarunners.net/artrose-tratamento.html
GEREMIAS,Vanessa Christina, Hidroterapia na osteoartrose de joelho,Santa Catarina, 2002;
MÜLLER, Talita Mara, Estudo da eficácia da hidrocinesioterapia no tratamento da artrose de joelho, cascavel, 2006;
COIMBRA,Ibsen Bellini, et al., Consenso brasileiro para o tratamento da osteoartrite (artrose), Rev Bras Reumatal- VOI. 42 - N' 6 - Nov/Dez, 2002;
MORAIS, Laura Santos de, MONTEIRO, Paola Karynne Pinheiro, Avaliação do efeito anagésico da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e da corrente interferencial na cervicalgia por osteoartrose cervical, Belém - Pará, 2007;
FACCI,Ligia Maria, MARQUETTI,Renata, COELHO,Kelley Cristina, Fisioterapia aquática no tratamento da osteoartrite de joelho: série de casos, Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 20, n. 1, jan./mar., 2007;
BIASOLI,Maria Cristina, IZOLA, Laura Nascimento Tavares, Aspectos gerais da reabilitação física em pacientes com osteoartrose, Rev. Bras. Med., Vol. 60, nº 3 - Março, 2003;